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Dos candidatos à presidência do Brasil, apenas três citam a África nos planos de governo

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A política externa não está no centro das atenções dos presidenciáveis, muito menos o continente africano, na análise do presidente e fundador do Instituto Brasil-África (IBRAF), João Bosco Monte. Para ele, poucas linhas dos planos de governo são destinadas a explicar como o Brasil vai se comportar no cenário internacional e isso fica mais claro ainda em se tratando de África. “Há pouca definição de como o Brasil vai conversar com um continente tão grande, com 54 países”, destacou.

Vinícius Assis, correspondente da RFI na Etiópia

Dos candidatos que se lembraram do território africano em seus programas de governo, um é negro: Léo Péricles, do UP. Os outros são brancos: Lula, do PT e Sofia Manzano, do PCB. Antes do PROS anunciar a retirada da candidatura de Pablo Marçal e o apoio a Lula, Marçal também era um dos que citaram a África no programa de governo.

“Acho que é pouco”, lamentou o professor de Política Internacional e Comparada na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Dawisson Belém Lopes, diante da quantidade de candidatos que se lembraram de governos africanos em seus programas.

Ele ressaltou o grande potencial do segundo continente mais populoso do planeta ao falar que, além de ter um passado em comum, Brasil e África deveriam ter um futuro em comum como prioridade.

“Uma região com 1,2 bilhão de seres humanos, com um crescimento econômico acima da média global, com potencialidades evidentes em qualquer esfera das relações internacionais, com um plano arrojado de desenvolvimento, que é encabeçado pela União Africana, a Agenda 2063, um continente que tem despertado um interesse e a atenção das grandes potências do mundo deveria receber do Brasil também um tratamento prioritário”, avaliou. “A África não é só dívida histórica, não é só um passado em comum. África é presente e África é, sobretudo, o futuro.”

África nos planos de governo

Ao tratar do assunto, Lula (PT) fala em defesa da soberania brasileira e da recuperação de uma “política externa ativa e altiva” que alçou o Brasil à condição de protagonista global no passado. “Reconstruiremos a cooperação internacional Sul-Sul com América Latina e África. Defendemos a ampliação da participação do Brasil nos assentos dos organismos multilaterais”, diz o documento, que ainda fala na “implementação de um amplo conjunto de políticas públicas de promoção da igualdade racial e de combate ao racismo estrutural”.

O candidato Léo Péricles (UP) se mostra anti-imperialista e deixa claro no plano de governo dele que pretende “aprofundar as relações multilaterais entre os países vizinhos na América Latina e retornar aos esforços diplomáticos contra hegemônicos, com os parceiros estratégicos africanos e asiáticos. Voltar a exportar influência e excelência técnica nas áreas em que o Brasil é referência e intensificar o intercâmbio com as experiências internacionais de transformação social, sobretudo para a superação do subdesenvolvimento”.

Já Pablo Marçal (PROS) resume seus planos para a pasta de Relações Internacionais em dois tópicos: blocos econômicos com países prósperos e influentes nas decisões globais e um bloco Brasil-África. “Assumimos o compromisso de aproximar as relações políticas e econômicas com o continente africano, por meio de cooperação comercial e empresarial, visando o desenvolvimento mútuo através do bloco econômico Brasil-África, que buscará o trabalho direto com as 54 nações africanas”, traz o documento.

A candidata Sofia Manzano (PCB), por sua vez, se compromete a “estabelecer relações diplomáticas e econômicas com os países em África levando em conta as vantagens mútuas, trabalhando para quebrar a relação subimperialista da burguesia brasileira com esses países. Pautar a criação de uma organização de Países Exportadores de Energia, Petróleo e Riquezas Minerais em âmbito latino-americano e africano, para proteger os interesses dessas regiões frente às investidas imperialistas”.

Os programas de Jair Bolsonaro (PL) e Simone Tebet (MDB) até citam o BRICS, bloco do qual a África do Sul faz parte, junto com Brasil, Rússia, Índia e China, mas não se referem em momento algum ao continente africano especificamente. Todas as candidaturas ainda aguardam validação.

Enquanto potências globais, como Rússia, Estados Unidos e China, buscam cada vez mais parceiros africanos, de olho no futuro, o professor Dawisson Belém Lopes, que também é pesquisador visitante na Universidade de Oxford, diz ter a impressão de que o Brasil está ficando para trás ao menosprezar o continente africano. “Acho que transcende nossos laços históricos, culturais e identitários com a África. Todo candidato à presidência da República Federativa do Brasil deveria, por óbvio, enfatizar a África quando tratar de política externa. Acho que é o mínimo”, destacou.

O advogado sul-africano Emile Myburgh, que defende interesses de quase todas as grandes empresas brasileiras na África do Sul e também de empresários africanos no Brasil, disse que o fato de dois terços dos candidatos à presidência ignorarem o continente não o surpreende.

“Dos dois lados há muita ignorância sobre o outro. Tem muita falta de conhecimento sobre nossos continentes. E os candidatos apenas refletem quem os apoiam. ¨Por isso tem uma minoria que fala sobre África”, disse.

Racismo estrutural e institucional

Para a doutora em Ciências da Comunicação pela Universidade de São Paulo Paola Prandini, que atualmente mora em Maputo, capital de Moçambique, o fato diz muito sobre o racismo estrutural e institucional ao qual o povo brasileiro está submetido.

“Infelizmente, essa estrutura desigual e extremamente injusta a que nós temos vivido historicamente, desde o processo de colonização portuguesa, no caso do Brasil, tem mostrado o quanto não se conhece do continente africano, mesmo sendo este o berço da humanidade. E sem África não existiria Brasil, uma vez que falamos de um país em que 56% da população se autodeclara negra e, portanto, afrodescendente”, afirma.

Paola Prandini disse ainda que essa postura da maioria dos candidatos à presidência no Brasil “também demonstra o silenciamento proposital que acontece em relação a essa estrutura verticalizada e muito condicionada pela branquitude brasileira, o que também faz com que haja essa falta de interesse de perceber a obrigatoriedade e a emergência de se tratar de um continente que tem sido considerado globalmente como o continente mais importante do mundo nos próximos anos”.

Brasil vem se afastando da África

Nos últimos anos, o Brasil se distanciou do continente africano – um recuo brasileiro que começou antes do atual governo, de acordo com o presidente do IBRAF, João Bosco Monte. "O Brasil, desde o governo da presidente Dilma, depois passando pelo presidente Temer e, agora, com o presidente Bolsonaro, não olhou com a atenção devida para o continente africano. As relações se esfriaram”, disse.

Para ele, isso ocorreu por decisão direta dos governantes. “Não houve uma intenção direta de fazer com que os movimentos de um lado e outro do atlântico se potencializassem. Ao contrário”, disse. Bosco lembra que a Dilma Rousseff teve poucas experiências com o continente africano e isso se repetiu com Michel Temer.

“Não houve uma deliberada intenção de priorizar, de viabilizar as relações diretas”, reforçou, antes de destacar que a relação do Brasil com a região piorou com o presidente Bolsonaro. “Não houve uma única intenção de ter uma conversa mais direta com o continente africano. O presidente Bolsonaro nunca viajou para a África. Isso é muito ruim nos seus quase quatro anos de governo”, lamentou.

Desde 2012, anualmente o IBRAF organiza o Fórum Brasil-África, com o objetivo de unir interesses em comum dos dois lados do oceano atlântico entre empresários, organizações, pesquisadores e, claro, governos.

“Haveria de existir uma intenção de conversar com economias grandes, como Nigéria, África do Sul, Quênia, Marrocos, República Democrática do Congo, que têm, certamente, muito a contribuir com a agenda comercial do Brasil. Infelizmente, isso foi relegado e o ruim é que alguns países ocuparam, de uma forma muito direta, espaços que o Brasil já tinha estabelecido, como parcerias com alguns países do continente africano”, disse João Bosco Monte.

Recados ao próximo governo

Além de advogado, Emile Myburgh também é piloto de avião e acredita que o próximo governo, independentemente de quem vencer, deve se envolver na retomada de voos diretos entre o Brasil e a África do Sul. Dos 12 voos operados por duas companhias aéreas que semanalmente ligavam São Paulo e Joanesburgo até 2020, suspensos por conta da pandemia, nenhum voltou a operar. Incentivar o restabelecimento desses voos por uma ou mais companhias aéreas deve ser um objetivo do próximo governo, na opinião dele.

Atualmente, passageiros que viajam do Brasil para a África do Sul, e vice-versa, a negócios ou a passeio, precisam fazer escalas em locais como Dubai, Doha, Adis Abeba, Turquia e Luanda, deixando a viagem mais longa, cansativa e cara.

“Isso não é bom para a aproximação dos dois países e, visto a falta de conhecimento entre os dois países, eu não vejo esses voos sendo retomados sem um incentivo político”, disse.

Em seguida, o advogado recomenda que o próximo a ocupar o Planalto se lembre da primeira década deste século, quando as maiores empresas e bancos sul-africanos se estabeleceram no Brasil e as maiores empresas brasileiras vieram para África. “Isso pode ser retomado e repetido”, lembrou.

“Aquela relação que se deu naquele momento foi muito importante para que interesses africanos pudessem ser também interesses brasileiros”, destacou João Bosco Monte.

Na opinião da doutora Paola Prandini, investir em conhecimento sobre países africanos deve ser prioridade. Ela destaca a necessidade de se fazer cumprir a lei federal 10.639, de 2003, que instituiu que todas as escolas brasileiras devem ter conteúdos relativos à história e cultura africana e afro-brasileira como parte dos currículos. “Infelizmente, quase 20 anos após a aprovação dessa lei, nós ainda sofremos com uma não viabilidade periódica da aplicação dessa lei”, lembra

A educação, para ela, é essencial em qualquer processo político. “Para que tenhamos cidadãs e cidadãos conscientes, e que ajam de forma coerente com a sociedade em que vivem, não há como desconectar o Brasil do continente africano”, concluiu.

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A política externa não está no centro das atenções dos presidenciáveis, muito menos o continente africano, na análise do presidente e fundador do Instituto Brasil-África (IBRAF), João Bosco Monte. Para ele, poucas linhas dos planos de governo são destinadas a explicar como o Brasil vai se comportar no cenário internacional e isso fica mais claro ainda em se tratando de África. “Há pouca definição de como o Brasil vai conversar com um continente tão grande, com 54 países”, destacou.

Vinícius Assis, correspondente da RFI na Etiópia

Dos candidatos que se lembraram do território africano em seus programas de governo, um é negro: Léo Péricles, do UP. Os outros são brancos: Lula, do PT e Sofia Manzano, do PCB. Antes do PROS anunciar a retirada da candidatura de Pablo Marçal e o apoio a Lula, Marçal também era um dos que citaram a África no programa de governo.

“Acho que é pouco”, lamentou o professor de Política Internacional e Comparada na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Dawisson Belém Lopes, diante da quantidade de candidatos que se lembraram de governos africanos em seus programas.

Ele ressaltou o grande potencial do segundo continente mais populoso do planeta ao falar que, além de ter um passado em comum, Brasil e África deveriam ter um futuro em comum como prioridade.

“Uma região com 1,2 bilhão de seres humanos, com um crescimento econômico acima da média global, com potencialidades evidentes em qualquer esfera das relações internacionais, com um plano arrojado de desenvolvimento, que é encabeçado pela União Africana, a Agenda 2063, um continente que tem despertado um interesse e a atenção das grandes potências do mundo deveria receber do Brasil também um tratamento prioritário”, avaliou. “A África não é só dívida histórica, não é só um passado em comum. África é presente e África é, sobretudo, o futuro.”

África nos planos de governo

Ao tratar do assunto, Lula (PT) fala em defesa da soberania brasileira e da recuperação de uma “política externa ativa e altiva” que alçou o Brasil à condição de protagonista global no passado. “Reconstruiremos a cooperação internacional Sul-Sul com América Latina e África. Defendemos a ampliação da participação do Brasil nos assentos dos organismos multilaterais”, diz o documento, que ainda fala na “implementação de um amplo conjunto de políticas públicas de promoção da igualdade racial e de combate ao racismo estrutural”.

O candidato Léo Péricles (UP) se mostra anti-imperialista e deixa claro no plano de governo dele que pretende “aprofundar as relações multilaterais entre os países vizinhos na América Latina e retornar aos esforços diplomáticos contra hegemônicos, com os parceiros estratégicos africanos e asiáticos. Voltar a exportar influência e excelência técnica nas áreas em que o Brasil é referência e intensificar o intercâmbio com as experiências internacionais de transformação social, sobretudo para a superação do subdesenvolvimento”.

Já Pablo Marçal (PROS) resume seus planos para a pasta de Relações Internacionais em dois tópicos: blocos econômicos com países prósperos e influentes nas decisões globais e um bloco Brasil-África. “Assumimos o compromisso de aproximar as relações políticas e econômicas com o continente africano, por meio de cooperação comercial e empresarial, visando o desenvolvimento mútuo através do bloco econômico Brasil-África, que buscará o trabalho direto com as 54 nações africanas”, traz o documento.

A candidata Sofia Manzano (PCB), por sua vez, se compromete a “estabelecer relações diplomáticas e econômicas com os países em África levando em conta as vantagens mútuas, trabalhando para quebrar a relação subimperialista da burguesia brasileira com esses países. Pautar a criação de uma organização de Países Exportadores de Energia, Petróleo e Riquezas Minerais em âmbito latino-americano e africano, para proteger os interesses dessas regiões frente às investidas imperialistas”.

Os programas de Jair Bolsonaro (PL) e Simone Tebet (MDB) até citam o BRICS, bloco do qual a África do Sul faz parte, junto com Brasil, Rússia, Índia e China, mas não se referem em momento algum ao continente africano especificamente. Todas as candidaturas ainda aguardam validação.

Enquanto potências globais, como Rússia, Estados Unidos e China, buscam cada vez mais parceiros africanos, de olho no futuro, o professor Dawisson Belém Lopes, que também é pesquisador visitante na Universidade de Oxford, diz ter a impressão de que o Brasil está ficando para trás ao menosprezar o continente africano. “Acho que transcende nossos laços históricos, culturais e identitários com a África. Todo candidato à presidência da República Federativa do Brasil deveria, por óbvio, enfatizar a África quando tratar de política externa. Acho que é o mínimo”, destacou.

O advogado sul-africano Emile Myburgh, que defende interesses de quase todas as grandes empresas brasileiras na África do Sul e também de empresários africanos no Brasil, disse que o fato de dois terços dos candidatos à presidência ignorarem o continente não o surpreende.

“Dos dois lados há muita ignorância sobre o outro. Tem muita falta de conhecimento sobre nossos continentes. E os candidatos apenas refletem quem os apoiam. ¨Por isso tem uma minoria que fala sobre África”, disse.

Racismo estrutural e institucional

Para a doutora em Ciências da Comunicação pela Universidade de São Paulo Paola Prandini, que atualmente mora em Maputo, capital de Moçambique, o fato diz muito sobre o racismo estrutural e institucional ao qual o povo brasileiro está submetido.

“Infelizmente, essa estrutura desigual e extremamente injusta a que nós temos vivido historicamente, desde o processo de colonização portuguesa, no caso do Brasil, tem mostrado o quanto não se conhece do continente africano, mesmo sendo este o berço da humanidade. E sem África não existiria Brasil, uma vez que falamos de um país em que 56% da população se autodeclara negra e, portanto, afrodescendente”, afirma.

Paola Prandini disse ainda que essa postura da maioria dos candidatos à presidência no Brasil “também demonstra o silenciamento proposital que acontece em relação a essa estrutura verticalizada e muito condicionada pela branquitude brasileira, o que também faz com que haja essa falta de interesse de perceber a obrigatoriedade e a emergência de se tratar de um continente que tem sido considerado globalmente como o continente mais importante do mundo nos próximos anos”.

Brasil vem se afastando da África

Nos últimos anos, o Brasil se distanciou do continente africano – um recuo brasileiro que começou antes do atual governo, de acordo com o presidente do IBRAF, João Bosco Monte. "O Brasil, desde o governo da presidente Dilma, depois passando pelo presidente Temer e, agora, com o presidente Bolsonaro, não olhou com a atenção devida para o continente africano. As relações se esfriaram”, disse.

Para ele, isso ocorreu por decisão direta dos governantes. “Não houve uma intenção direta de fazer com que os movimentos de um lado e outro do atlântico se potencializassem. Ao contrário”, disse. Bosco lembra que a Dilma Rousseff teve poucas experiências com o continente africano e isso se repetiu com Michel Temer.

“Não houve uma deliberada intenção de priorizar, de viabilizar as relações diretas”, reforçou, antes de destacar que a relação do Brasil com a região piorou com o presidente Bolsonaro. “Não houve uma única intenção de ter uma conversa mais direta com o continente africano. O presidente Bolsonaro nunca viajou para a África. Isso é muito ruim nos seus quase quatro anos de governo”, lamentou.

Desde 2012, anualmente o IBRAF organiza o Fórum Brasil-África, com o objetivo de unir interesses em comum dos dois lados do oceano atlântico entre empresários, organizações, pesquisadores e, claro, governos.

“Haveria de existir uma intenção de conversar com economias grandes, como Nigéria, África do Sul, Quênia, Marrocos, República Democrática do Congo, que têm, certamente, muito a contribuir com a agenda comercial do Brasil. Infelizmente, isso foi relegado e o ruim é que alguns países ocuparam, de uma forma muito direta, espaços que o Brasil já tinha estabelecido, como parcerias com alguns países do continente africano”, disse João Bosco Monte.

Recados ao próximo governo

Além de advogado, Emile Myburgh também é piloto de avião e acredita que o próximo governo, independentemente de quem vencer, deve se envolver na retomada de voos diretos entre o Brasil e a África do Sul. Dos 12 voos operados por duas companhias aéreas que semanalmente ligavam São Paulo e Joanesburgo até 2020, suspensos por conta da pandemia, nenhum voltou a operar. Incentivar o restabelecimento desses voos por uma ou mais companhias aéreas deve ser um objetivo do próximo governo, na opinião dele.

Atualmente, passageiros que viajam do Brasil para a África do Sul, e vice-versa, a negócios ou a passeio, precisam fazer escalas em locais como Dubai, Doha, Adis Abeba, Turquia e Luanda, deixando a viagem mais longa, cansativa e cara.

“Isso não é bom para a aproximação dos dois países e, visto a falta de conhecimento entre os dois países, eu não vejo esses voos sendo retomados sem um incentivo político”, disse.

Em seguida, o advogado recomenda que o próximo a ocupar o Planalto se lembre da primeira década deste século, quando as maiores empresas e bancos sul-africanos se estabeleceram no Brasil e as maiores empresas brasileiras vieram para África. “Isso pode ser retomado e repetido”, lembrou.

“Aquela relação que se deu naquele momento foi muito importante para que interesses africanos pudessem ser também interesses brasileiros”, destacou João Bosco Monte.

Na opinião da doutora Paola Prandini, investir em conhecimento sobre países africanos deve ser prioridade. Ela destaca a necessidade de se fazer cumprir a lei federal 10.639, de 2003, que instituiu que todas as escolas brasileiras devem ter conteúdos relativos à história e cultura africana e afro-brasileira como parte dos currículos. “Infelizmente, quase 20 anos após a aprovação dessa lei, nós ainda sofremos com uma não viabilidade periódica da aplicação dessa lei”, lembra

A educação, para ela, é essencial em qualquer processo político. “Para que tenhamos cidadãs e cidadãos conscientes, e que ajam de forma coerente com a sociedade em que vivem, não há como desconectar o Brasil do continente africano”, concluiu.

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