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“Forró é a mistura de três culturas: africana, indígena e europeia”, diz brasileiro que ensina o ritmo em Ruanda

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A dança já levou Fábio Reis a 20 países. O gingado certamente está no DNA deste filho de baianos que nasceu em São Paulo. Apesar de ter crescido ouvindo forró, principalmente nas férias que passava com a família na Bahia, começou a dançar mesmo aos 19 anos.

Vinícius Assis, correspondente da RFI

“Eu não sabia nada. Tinha até um pouco de preconceito com o forró por causa da minha família que escutava forró o dia inteiro. Eu gostava mais de ‘putz putz’”, contou ele, ao lembrar que era com música eletrônica que se divertia. Só que foi “arrastado” pela namorada da época para o popular ritmo brasileiro.

“Fui dançar com ela, não consegui, pisei no pé dela. Ela ficou meio brava e eu falei: Vou aprender a dançar esse negócio”, lembrou. Depois disso, começou a fazer aulas e se encantou, inclusive pelos laços com a família. “Desde quando eu estava na barriga da minha mãe, nas festinhas, tudo era forró”, disse, destacando que a família do pai gosta mais de dançar do que a da mãe.

Discípulo do famoso coreógrafo e professor Jaime Arôxa, Fábio diz que foi formado “pela vida” para fazer o que faz. “Estudei a dança com foco no comportamento humano. Um estudo autodidata que eu faço até hoje”, esclareceu. Ele também trabalhou como DJ, o que o permitiu conhecer muitas pessoas na área de eventos.

Em 2015, fechou a escola que tinha aberto no Brasil para começar a primeira turnê na Europa. Chegou a viver na França, na cidade de Lyon, e também trabalhou com o que mais gosta morando na Alemanha, onde conheceu a esposa, Melanie Axiotis. O dançarino contou que o forró é muito popular em alguns países europeus e que hoje em dia há dezenas de festivais naquele continente. “Quase todo fim de semana tem um festival de forró em algum lugar”, disse. Foi em um desses festivais, em Berlim, que ele e Melanie se conheceram, em 2018.

Fábio nunca havia visitado um país do continente africano, que tanto influenciou a música e a dança no Brasil.

Origens do forró

O brasileiro conta que um terço do forró vem da África. “O forró é a mistura de três culturas muito importantes: africana, indígena e europeia”, explicou. De acordo com o professor, o movimento dos pés quando se dança forró é uma influência indígena. Já o balanço do quadril é o “toque” da África. E o abraço vem de danças europeias.

Inspiração no molejo e, acredita-se, no nome também. Ele conta que uma das hipóteses sobre a origem da palavra forró é a expressão “forrobodó, que vem de uma palavra africana que significa bagunça, festa. E aí tiraram o bodó e deixaram só o forró”.

A esposa do brasileiro - uma alemã que também é forrozeira - acabou recebendo uma proposta para trabalhar em Ruanda. E a oportunidade veio em um momento em que o Fábio vivia uma ótima fase profissional na Alemanha. “Eu estava no auge, com mais de cem alunos, dando aulas em três lugares diferentes, tudo cheio, festas umas duas vezes por mês”, lembrou.

Mas, como bom companheiro, Fábio refez seus planos e se mudou com ela para o país do leste africano. “Para mim Ruanda era Luanda, capital de Angola”, conta e lembra que até hoje quando diz onde vive alguns amigos confundem o país com a capital angolana.

O que também incentivou o brasileiro a vir foi a possibilidade de ter contato direto com quem entende mesmo de dança no continente africano. “Isso foi o que a África deu para a gente: dança, agito, festa”, destacou.

Infelizmente, nem toda a história do continente é alegre. Ruanda é um país ainda marcado pelo genocídio contra os Tutsi, em 1994, que matou quase um milhão de pessoas. “Tem me chamado atenção a maneira de eles serem respeitosos depois de tudo o que eles passaram. Eles me passam uma tranquilidade”, declarou sobre o convívio diário entre os ruandeses, independentemente da etnia.

O casal vive há dois anos na capital, Kigali. O brasileiro fez uma comparação entre o comportamento de parte da população de Ruanda e a postura de quem vive na Alemanha, nação europeia estigmatizada pelo nazismo. É como se algumas pessoas se comportassem bem diante das outras, mas guardando ainda escondido no peito algo mau resolvido.

“Tem uma tensão ali, e eu percebi essa tensão também quando eu morei na Alemanha. É um povo que tem uma preocupação, no meu ver, por conta de como eu fui criado, com o respeito. É demais: muita educação, muito respeito. Tem que tomar cuidado com isso, como vai falar, como vai chegar”, disse.

Resiliência é uma palavra que combina com Fábio e, na opinião dele, com o povo de Ruanda também. Eles estão na luta ainda e eles sabem que é um passo de cada vez. Eles têm essa percepção de que não é de um dia para o outro (que se supera algo como o genocídio). E 20 anos passam muito rápido. Olha como (o país) está agora.

Aos poucos, ele vai conquistando o próprio espaço. O brasileiro já começou a dar aulas a pequenos grupos. Muitos dos alunos, até agora, foram europeus. Por conta da pandemia, o professor teve que se reinventar e desenvolver um método online para continuar dando aulas. Nem é preciso, necessariamente, uma segunda pessoa para o aprendizado virtual. Móveis e objetos como travesseiros podem ser usados nas aulas.

“Ensinar forró online eu descobri que é trazer para as pessoas o que elas já fazem no dia a dia delas, porque dançar é você mover o corpo em cima de uma música, um ritmo, uma melodia”, resumiu.

Enquanto no forró normalmente a mulher segue o homem, na vida deste casal foi o Fábio quem decidiu seguir a esposa quando a alemã recebeu a proposta para trabalhar em Ruanda. Decisão que ele não se arrepende de ter tomado. “Quando você começa a ver a felicidade do seu parceiro ou da sua parceira, você fala: como faço o meu projeto estar junto com o dela (ou dele)?”, disse.

Fábio deixou essas palavras como uma dica aos casais que estão passando por este dilema. Para o brasileiro, isso pode ser também uma possibilidade para se sair da mesmice. “Eu estava fazendo o mesmo que eu fazia no Brasil há muitos anos. Então, eu falei: Por que não? Como seria o Fábio professor de forró em Ruanda?”, disse. Se depender dele, em breve muitos ruandeses estarão dançando forró. E o brasileiro, quem sabe, dançando ao som de ritmos locais.

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A dança já levou Fábio Reis a 20 países. O gingado certamente está no DNA deste filho de baianos que nasceu em São Paulo. Apesar de ter crescido ouvindo forró, principalmente nas férias que passava com a família na Bahia, começou a dançar mesmo aos 19 anos.

Vinícius Assis, correspondente da RFI

“Eu não sabia nada. Tinha até um pouco de preconceito com o forró por causa da minha família que escutava forró o dia inteiro. Eu gostava mais de ‘putz putz’”, contou ele, ao lembrar que era com música eletrônica que se divertia. Só que foi “arrastado” pela namorada da época para o popular ritmo brasileiro.

“Fui dançar com ela, não consegui, pisei no pé dela. Ela ficou meio brava e eu falei: Vou aprender a dançar esse negócio”, lembrou. Depois disso, começou a fazer aulas e se encantou, inclusive pelos laços com a família. “Desde quando eu estava na barriga da minha mãe, nas festinhas, tudo era forró”, disse, destacando que a família do pai gosta mais de dançar do que a da mãe.

Discípulo do famoso coreógrafo e professor Jaime Arôxa, Fábio diz que foi formado “pela vida” para fazer o que faz. “Estudei a dança com foco no comportamento humano. Um estudo autodidata que eu faço até hoje”, esclareceu. Ele também trabalhou como DJ, o que o permitiu conhecer muitas pessoas na área de eventos.

Em 2015, fechou a escola que tinha aberto no Brasil para começar a primeira turnê na Europa. Chegou a viver na França, na cidade de Lyon, e também trabalhou com o que mais gosta morando na Alemanha, onde conheceu a esposa, Melanie Axiotis. O dançarino contou que o forró é muito popular em alguns países europeus e que hoje em dia há dezenas de festivais naquele continente. “Quase todo fim de semana tem um festival de forró em algum lugar”, disse. Foi em um desses festivais, em Berlim, que ele e Melanie se conheceram, em 2018.

Fábio nunca havia visitado um país do continente africano, que tanto influenciou a música e a dança no Brasil.

Origens do forró

O brasileiro conta que um terço do forró vem da África. “O forró é a mistura de três culturas muito importantes: africana, indígena e europeia”, explicou. De acordo com o professor, o movimento dos pés quando se dança forró é uma influência indígena. Já o balanço do quadril é o “toque” da África. E o abraço vem de danças europeias.

Inspiração no molejo e, acredita-se, no nome também. Ele conta que uma das hipóteses sobre a origem da palavra forró é a expressão “forrobodó, que vem de uma palavra africana que significa bagunça, festa. E aí tiraram o bodó e deixaram só o forró”.

A esposa do brasileiro - uma alemã que também é forrozeira - acabou recebendo uma proposta para trabalhar em Ruanda. E a oportunidade veio em um momento em que o Fábio vivia uma ótima fase profissional na Alemanha. “Eu estava no auge, com mais de cem alunos, dando aulas em três lugares diferentes, tudo cheio, festas umas duas vezes por mês”, lembrou.

Mas, como bom companheiro, Fábio refez seus planos e se mudou com ela para o país do leste africano. “Para mim Ruanda era Luanda, capital de Angola”, conta e lembra que até hoje quando diz onde vive alguns amigos confundem o país com a capital angolana.

O que também incentivou o brasileiro a vir foi a possibilidade de ter contato direto com quem entende mesmo de dança no continente africano. “Isso foi o que a África deu para a gente: dança, agito, festa”, destacou.

Infelizmente, nem toda a história do continente é alegre. Ruanda é um país ainda marcado pelo genocídio contra os Tutsi, em 1994, que matou quase um milhão de pessoas. “Tem me chamado atenção a maneira de eles serem respeitosos depois de tudo o que eles passaram. Eles me passam uma tranquilidade”, declarou sobre o convívio diário entre os ruandeses, independentemente da etnia.

O casal vive há dois anos na capital, Kigali. O brasileiro fez uma comparação entre o comportamento de parte da população de Ruanda e a postura de quem vive na Alemanha, nação europeia estigmatizada pelo nazismo. É como se algumas pessoas se comportassem bem diante das outras, mas guardando ainda escondido no peito algo mau resolvido.

“Tem uma tensão ali, e eu percebi essa tensão também quando eu morei na Alemanha. É um povo que tem uma preocupação, no meu ver, por conta de como eu fui criado, com o respeito. É demais: muita educação, muito respeito. Tem que tomar cuidado com isso, como vai falar, como vai chegar”, disse.

Resiliência é uma palavra que combina com Fábio e, na opinião dele, com o povo de Ruanda também. Eles estão na luta ainda e eles sabem que é um passo de cada vez. Eles têm essa percepção de que não é de um dia para o outro (que se supera algo como o genocídio). E 20 anos passam muito rápido. Olha como (o país) está agora.

Aos poucos, ele vai conquistando o próprio espaço. O brasileiro já começou a dar aulas a pequenos grupos. Muitos dos alunos, até agora, foram europeus. Por conta da pandemia, o professor teve que se reinventar e desenvolver um método online para continuar dando aulas. Nem é preciso, necessariamente, uma segunda pessoa para o aprendizado virtual. Móveis e objetos como travesseiros podem ser usados nas aulas.

“Ensinar forró online eu descobri que é trazer para as pessoas o que elas já fazem no dia a dia delas, porque dançar é você mover o corpo em cima de uma música, um ritmo, uma melodia”, resumiu.

Enquanto no forró normalmente a mulher segue o homem, na vida deste casal foi o Fábio quem decidiu seguir a esposa quando a alemã recebeu a proposta para trabalhar em Ruanda. Decisão que ele não se arrepende de ter tomado. “Quando você começa a ver a felicidade do seu parceiro ou da sua parceira, você fala: como faço o meu projeto estar junto com o dela (ou dele)?”, disse.

Fábio deixou essas palavras como uma dica aos casais que estão passando por este dilema. Para o brasileiro, isso pode ser também uma possibilidade para se sair da mesmice. “Eu estava fazendo o mesmo que eu fazia no Brasil há muitos anos. Então, eu falei: Por que não? Como seria o Fábio professor de forró em Ruanda?”, disse. Se depender dele, em breve muitos ruandeses estarão dançando forró. E o brasileiro, quem sabe, dançando ao som de ritmos locais.

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