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#165 Ana Estanqueiro [audio] - O boom das energias renováveis vai continuar?
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Ana Estanqueiro é investigadora do LNEG (Laboratório Nacional de Energia e Geologia), onde coordena a área de Integração de Sistemas Renováveis de Energia, e é professora convidada na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, onde lecciona as disciplinas Energia Eólica e Redes Distribuição de Energia. É autora de mais de 200 artigos em revistas científicas e conferências, e é das pessoas que mais sabem de renováveis, especialmente eólica, e sistemas de energia em Portugal..
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Índice
(0:00) Introdução
(5:47) Como está a correr a Transição Energética a nível mundial?
(13:00) Energia hídrica | Solar de concentração | O caso do Brasil | Impacto ambiental da hídrica
(23:04) Os “maus alunos”: Rússia, África do Sul, Índia. | O caso da China | Custo das renováveis vs outras
(28:32) Como funciona a energia eólica | Gerador eléctrico - Lei de Faraday | Lei de Betz e o limite das turbinas eólicas
(35:40) Solar fotovoltaico | Lei de Moore | O risco da dependência da China. Relatório Draghi | Mercado de certificados verdes
(47:43) Solar vs eólica | O que o perfil de consumo energético de Portugal diz sobre a nossa economia | Centrais híbridas
(1:02:04) O desafio do armazenamento | Dunkelflaute | Baterias ox-redox | Hidrogénio verde
(1:12:16) Impacto ambiental das renováveis | Turbinas usadas
(1:15:52) Desafios de integrar as renováveis variáveis no tempo no sistema eléctrico | A Península Ibérica enquanto “ilha eléctrica”. Mercado europeu
(1:26:21) Como está Portugal na transição energética, vamos conseguir atingir 85% de renováveis em 2030? | Gestão de consumo
(1:30:59) E a energia nuclear? | Diagrama de cargas | Green deal não inclui nuclear. |
(1:40:41) A nível global, quanto é que as Renováveis ainda conseguem crescer mais; vamos conseguir a Transição Energética apenas com elas? Declarações de Jean-Marc Jancovici | Eólica offshore | Desafio de alterar os mercados da energia para incorporar renováveis (projecto TradeRes).
Livro recomendado: "Renewable and Efficient Electric Power Systems", de Kevin F. Hsu e Gilbert M. Masters
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Como prometido, aqui vai mais um episódio da série sobre a Transição Climática.. Já faltava um episódio dedicado às energias renováveis, especificamente as chamadas “renováveis variáveis no tempo”, que incluem a solar e a eólica.
Hoje parece que não há dia em que não se fale de transição energética e de renováveis, mas tenho impressão que a maioria de nós não tem bem noção do ponto em que estamos, e em que medida é que a solar e a eólica vão ser capazes, por si só, de assegurar a Transição Energética.
Este é, por isso, um episódio que queria mesmo fazer, e queria fazê-lo bem. Portanto, andei imenso tempo à procura do convidado certo. Precisava de alguém que conhecesse bem este mundo (que é muito técnico) e que ao mesmo tempo tivesse uma visão imparcial. Demorou, mas cheguei -- com a assistência crucial do Francisco Gomes, aqui da equipa -- ao nome da convidada de hoje: Ana Estanqueiro.
A Ana é investigadora do LNEG (Laboratório Nacional de Energia e Geologia), onde coordena a área de Integração de Sistemas Renováveis de Energia, e é professora convidada na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa. É autora de mais de 200 artigos em revistas científicas e, como vão perceber, é das pessoas que em Portugal mais sabem de renováveis, especialmente eólica, e de sistemas de energia.
Na nossa conversa, comecei por tentar esclarecer aquela dúvida: afinal, como está a correr a Transição Energética a nível mundial: o que já foi feito, o que falta fazer, países melhores e piores alunos? …
Isto levou-nos a um detour para a energia hídrica, uma renovável hoje comparativamente pouco falada mas que tem muito que se lhe diga (e que explica porque alguns países inesperados estão na linha da frente da transição energética).
E falámos, claro, das duas renováveis que mais têm crescido este século: a eólica e, mais recentemente, a solar fotovoltaica, que tem crescido imenso, a começar por Portugal (onde a capacidade solar já é maior do que centrais a gás).
Isto acontece porque o preço dos painéis solares caiu brutalmente na última década, em resultado de ganhos de eficiência na produção (não confundir com eficiência energética de cada tecnologia, que é basicamente a percentagem da energia que entra (vento, sol ou água) que cada uma consegue converter em energia utilizável).
Só que a energia solar e eólica têm uma particularidade: a produção varia muito, quer ao longo do dia quer ao longo do ano. E isso cria talvez o maior desafio deste tipo de energia, que é conseguir armazenar energia produzida em excesso para usar quando elas não produzem (quando não há vento ou sol). Este desafio está longe de ser resolvido, mas a Ana falou de alguns métodos promissores, desde centrais híbridas ao chamado “hidrogénio verde”.
E esta limitação das renováveis é, também, um dos principais argumentos dos defensores da energia nuclear (como se devem lembrar do episódio 160, com o Luís Guimarãis). Por isso, não podia deixar de perguntar à convidada a opinião dela sobre esta o nuclear, que é também uma fonte de energia limpa.
E o nuclear levou-nos à questão mais importante de todas, a pergunta de 1 milhão de dólares: as renováveis tem crescido muito -- e algumas estimativas indicam que vão produzir cerca de 30% da electricidade global este ano --, mas quanto é que ainda vão conseguir crescer mais, tendo em conta restrições de materiais e espaço? Será que as renováveis são suficientes para conseguirmos fazer a Transição Energética a tempo de evitar um aquecimento do planeta de mais de 2º?
No final, a convidada recomendou um livro, que podem encontrar nas notas do episódio.
Foi uma bela conversa com Ana Estanqueiro, um verdadeiro ‘tour de force’ de 2 horas sobre este tema que há muito queria fazer. Atenção: é um episódio denso -- preparem-se -- mas acreditem que, se, como eu, querem ter uma opinião mais fundamentada e crítica sobre este tema, vai valer a pena!
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Esta conversa foi editada por: Hugo Oliveira
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Bio: Ana Estanqueiro é investigadora do LNEG (Laboratório Nacional de Energia e Geologia), onde coordena a área de Integração de Sistemas Renováveis de Energia, e é professora convidada na FCUL, onde lecciona as disciplinas Energia Eólica e Redes Distribuição de Energia e Delegada Nacional à IEA-Wind, EERA.Wind, EERA.ESI e IEC-TC88, como Presidente da CTE88 – WECS. É licenciada em Eng. Electr.-Energia, Mestre e Doutorada em Eng. Mecânica e Agregada da Universidade de Lisboa em Sistemas Sustentáveis de Energia. Os interesses científicos são vastos e passam pelo planeamento de sistemas de energia com grande participação de vRES, sua integração na rede, e em mercados de electricidade. Foi Chair e vice-Chair do IEA Wind (2004-08). É perita avaliadora de projectos na CE, Danish Energy Agency, Academy of Finland e Nordic Energy Research, entre outros organismos. É autora de mais de 200 artigos em revistas científicas e conferências.
205 tập
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Ana Estanqueiro é investigadora do LNEG (Laboratório Nacional de Energia e Geologia), onde coordena a área de Integração de Sistemas Renováveis de Energia, e é professora convidada na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, onde lecciona as disciplinas Energia Eólica e Redes Distribuição de Energia. É autora de mais de 200 artigos em revistas científicas e conferências, e é das pessoas que mais sabem de renováveis, especialmente eólica, e sistemas de energia em Portugal..
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Índice
(0:00) Introdução
(5:47) Como está a correr a Transição Energética a nível mundial?
(13:00) Energia hídrica | Solar de concentração | O caso do Brasil | Impacto ambiental da hídrica
(23:04) Os “maus alunos”: Rússia, África do Sul, Índia. | O caso da China | Custo das renováveis vs outras
(28:32) Como funciona a energia eólica | Gerador eléctrico - Lei de Faraday | Lei de Betz e o limite das turbinas eólicas
(35:40) Solar fotovoltaico | Lei de Moore | O risco da dependência da China. Relatório Draghi | Mercado de certificados verdes
(47:43) Solar vs eólica | O que o perfil de consumo energético de Portugal diz sobre a nossa economia | Centrais híbridas
(1:02:04) O desafio do armazenamento | Dunkelflaute | Baterias ox-redox | Hidrogénio verde
(1:12:16) Impacto ambiental das renováveis | Turbinas usadas
(1:15:52) Desafios de integrar as renováveis variáveis no tempo no sistema eléctrico | A Península Ibérica enquanto “ilha eléctrica”. Mercado europeu
(1:26:21) Como está Portugal na transição energética, vamos conseguir atingir 85% de renováveis em 2030? | Gestão de consumo
(1:30:59) E a energia nuclear? | Diagrama de cargas | Green deal não inclui nuclear. |
(1:40:41) A nível global, quanto é que as Renováveis ainda conseguem crescer mais; vamos conseguir a Transição Energética apenas com elas? Declarações de Jean-Marc Jancovici | Eólica offshore | Desafio de alterar os mercados da energia para incorporar renováveis (projecto TradeRes).
Livro recomendado: "Renewable and Efficient Electric Power Systems", de Kevin F. Hsu e Gilbert M. Masters
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Como prometido, aqui vai mais um episódio da série sobre a Transição Climática.. Já faltava um episódio dedicado às energias renováveis, especificamente as chamadas “renováveis variáveis no tempo”, que incluem a solar e a eólica.
Hoje parece que não há dia em que não se fale de transição energética e de renováveis, mas tenho impressão que a maioria de nós não tem bem noção do ponto em que estamos, e em que medida é que a solar e a eólica vão ser capazes, por si só, de assegurar a Transição Energética.
Este é, por isso, um episódio que queria mesmo fazer, e queria fazê-lo bem. Portanto, andei imenso tempo à procura do convidado certo. Precisava de alguém que conhecesse bem este mundo (que é muito técnico) e que ao mesmo tempo tivesse uma visão imparcial. Demorou, mas cheguei -- com a assistência crucial do Francisco Gomes, aqui da equipa -- ao nome da convidada de hoje: Ana Estanqueiro.
A Ana é investigadora do LNEG (Laboratório Nacional de Energia e Geologia), onde coordena a área de Integração de Sistemas Renováveis de Energia, e é professora convidada na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa. É autora de mais de 200 artigos em revistas científicas e, como vão perceber, é das pessoas que em Portugal mais sabem de renováveis, especialmente eólica, e de sistemas de energia.
Na nossa conversa, comecei por tentar esclarecer aquela dúvida: afinal, como está a correr a Transição Energética a nível mundial: o que já foi feito, o que falta fazer, países melhores e piores alunos? …
Isto levou-nos a um detour para a energia hídrica, uma renovável hoje comparativamente pouco falada mas que tem muito que se lhe diga (e que explica porque alguns países inesperados estão na linha da frente da transição energética).
E falámos, claro, das duas renováveis que mais têm crescido este século: a eólica e, mais recentemente, a solar fotovoltaica, que tem crescido imenso, a começar por Portugal (onde a capacidade solar já é maior do que centrais a gás).
Isto acontece porque o preço dos painéis solares caiu brutalmente na última década, em resultado de ganhos de eficiência na produção (não confundir com eficiência energética de cada tecnologia, que é basicamente a percentagem da energia que entra (vento, sol ou água) que cada uma consegue converter em energia utilizável).
Só que a energia solar e eólica têm uma particularidade: a produção varia muito, quer ao longo do dia quer ao longo do ano. E isso cria talvez o maior desafio deste tipo de energia, que é conseguir armazenar energia produzida em excesso para usar quando elas não produzem (quando não há vento ou sol). Este desafio está longe de ser resolvido, mas a Ana falou de alguns métodos promissores, desde centrais híbridas ao chamado “hidrogénio verde”.
E esta limitação das renováveis é, também, um dos principais argumentos dos defensores da energia nuclear (como se devem lembrar do episódio 160, com o Luís Guimarãis). Por isso, não podia deixar de perguntar à convidada a opinião dela sobre esta o nuclear, que é também uma fonte de energia limpa.
E o nuclear levou-nos à questão mais importante de todas, a pergunta de 1 milhão de dólares: as renováveis tem crescido muito -- e algumas estimativas indicam que vão produzir cerca de 30% da electricidade global este ano --, mas quanto é que ainda vão conseguir crescer mais, tendo em conta restrições de materiais e espaço? Será que as renováveis são suficientes para conseguirmos fazer a Transição Energética a tempo de evitar um aquecimento do planeta de mais de 2º?
No final, a convidada recomendou um livro, que podem encontrar nas notas do episódio.
Foi uma bela conversa com Ana Estanqueiro, um verdadeiro ‘tour de force’ de 2 horas sobre este tema que há muito queria fazer. Atenção: é um episódio denso -- preparem-se -- mas acreditem que, se, como eu, querem ter uma opinião mais fundamentada e crítica sobre este tema, vai valer a pena!
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Esta conversa foi editada por: Hugo Oliveira
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Bio: Ana Estanqueiro é investigadora do LNEG (Laboratório Nacional de Energia e Geologia), onde coordena a área de Integração de Sistemas Renováveis de Energia, e é professora convidada na FCUL, onde lecciona as disciplinas Energia Eólica e Redes Distribuição de Energia e Delegada Nacional à IEA-Wind, EERA.Wind, EERA.ESI e IEC-TC88, como Presidente da CTE88 – WECS. É licenciada em Eng. Electr.-Energia, Mestre e Doutorada em Eng. Mecânica e Agregada da Universidade de Lisboa em Sistemas Sustentáveis de Energia. Os interesses científicos são vastos e passam pelo planeamento de sistemas de energia com grande participação de vRES, sua integração na rede, e em mercados de electricidade. Foi Chair e vice-Chair do IEA Wind (2004-08). É perita avaliadora de projectos na CE, Danish Energy Agency, Academy of Finland e Nordic Energy Research, entre outros organismos. É autora de mais de 200 artigos em revistas científicas e conferências.
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