#55 - As mentiras que eu conto pra mim
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A capacidade dos seres vivos de enganarem outros seres é um mecanismo de sobrevivência muito comum entre as espécies, e que é bem mais antigo que o homo sapiens. A mentira, a falsidade, a farsa, a lorota, a balela, tudo isso faz com que a gente se mantenha vivo e muitas vezes permite que a gente conviva em sociedade sem entrar em embates e conflitos constantes.
Mas o ser humano pratica uma outra forma de enganação, mais sofisticada e complexa: desenvolvemos a capacidade única de mentir para nós mesmos. E mais, de acreditarmos nas nossas próprias mentiras. O que também é, muitas vezes, um mecanismo de defesa psíquico, um jeito de não surtar, de não se quebrar diante da dureza e da crueldade do mundo real. É legítimo: se vivêssemos sempre conscientes da nossa insignificância diante do mundo, talvez não suportássemos a existência.
Mas o autoengano é algo perigoso, e pode fazer com que a gente se descole da realidade, que a gente perca a noção de nós mesmos, dos nossos limites, dos nossos defeitos e das nossas qualidades, de como administramos o nosso tempo e a nossa energia.
As mentiras que contamos pra nós mesmos são muito mais sorrateiras e difíceis de combater do que as mentiras que dizemos para os outros. E a gente tem muito a elaborar e comentar sobre tudo isso.
Vamos conversar?
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Indicações:
Livros: Eduardo Gianetti - Autoengano
Rebecca Solnit - Recordações da minha inexistência
Vídeo: Autoengano - palestra com Eduardo Gianetti https://youtu.be/FoiUvQ-YA9I
Música: Elza Soares: O meu guri https://open.spotify.com/track/2xJaZd8POcLSlunUL3nTi3?si=Ge2dgh-4SGKujKoOdYfj9Q
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Ficha técnica do amor
Pauta e apresentação Flor Reis e Thai Paschoal
Edição de som Paulo Pereira @cademeudiscovoador
Arte da capa Júlia Reis @createwithjulia
74 tập