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Expo Favela se torna vitrine internacional de periferias mundiais em Paris

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Das favelas do Brasil para as periferias do mundo: é assim que a Cufa, a Central Única das Favelas, que há 20 anos trabalha para mostrar o potencial humano e econômico das comunidades brasileiras, chega agora a Paris como um primeiro passo em direção à internacionalização de uma de suas principais vitrines, a feira Expo Favela Innovation.

Conhecida por sua cultura antidesperdício, a chef brasileira Alessandra Montagne, madrinha do evento em Paris, que deve pilotar em breve os fogões do restaurante do Louvre, falou sobre a Expo Favela. "Essa exposição é muito importante, porque no Brasil o que se chama favelas, que aqui são as banlieues, faz referência a essas pessoas que vivem em bairros que não são favorecidos, que estão longe de tudo", argumenta.

"Para você ter ideia, tem muitas empresas na França que não dão emprego porque o endereço no currículo da pessoa é longe, porque é um bairro perigoso, porque não sabe se a pessoa é ou não marginalizada", diz a chef brasileira, consagrada na França.

"A gente tem que mostrar que tem potências, que tem pessoas com potencial muito grande também nas favelas, nas banlieues, e isso pode ser na França, no Japão, no Brasil, em qualquer lugar do mundo. Existem bairros onde as pessoas são mais desfavorecidas, e essa exposição coloca isso em evidência", argumenta Montagne.

O senador Aloysio Nunes, chefe do escritório da Apex na Bélgica, também esteve presente na abertura do evento. "Uma das linhas prioritárias do trabalho da Apex é a promoção das pequenas e microempresas. Aliás, em grande parte, dirigidas por mulheres. Essas pequenas empresas compõem um tecido muito rico de matéria, de inovação, de diversidade. E a Apex apoia essas empresas, no sentido de buscar investimentos para elas, e colocá-las em contato com investidores. Este evento aqui em Paris é feito principalmente com esse objetivo", detalhou.

"Está havendo uma mudança no mundo inteiro, no Brasil, na França. Uma mudança no mundo do trabalho não é apenas o avanço da digitalização de todos os produtos, mas também da inteligência artificial. A globalização fragilizou muito o modo tradicional de se trabalhar, especialmente o trabalho assalariado", sublinha o ex-chanceler brasileiro.

"Surgiram novas formas que as pessoas encontraram para ganhar a vida, e essas pequenas empresas nas periferias são um exemplo nítido dessa reação a uma mudança que está ocorrendo. As periferias e as favelas eram reservatórios de mão de obra, com trabalho seriado de baixa qualificação. Hoje, são centros de criação, de luta, de inovação e, é claro, vivem em um ambiente de muita dificuldade, que é mais ou menos comum nas grandes cidades do mundo, tanto na França, em Paris, como em Londres, Nova Iorque, São Paulo e Rio de Janeiro", afirma Nunes.

O fundador da Cufa, Celso Athayde explicou a escolha de Paris para iniciar a internacionalização da Expo Favela. "Hoje, nós estamos em 51 países, e a Cufa já estava aqui com a Karina [Tavares], realizando também um trabalho. Quando começo a ver na televisão os conflitos e as reivindicações, sobretudo dos jovens da grande Paris, percebo que aquele cartão postal que sempre consumimos sobre a capital francesa não é somente aquilo que imaginamos. Começamos a ver que realmente existe uma série de pessoas inquietas e que ali há uma necessidade de evolução; do contrário, vamos entrar em um colapso mundial", sublinha Athayde.

Athayde também evocou a construção de oportunidades para essas populações. "Acho que, ao remover essa cortina e mostrar que Paris tem uma outra face que precisa ser vista, estamos, na verdade, dizendo que essa cortina precisa ser retirada do mundo inteiro. A ideia não é mostrar fragilidades, dificuldades ou carências de lugar nenhum, mas sim mostrar que, se existe riqueza, também existem pessoas nas periferias e favelas que vivem em desvantagem econômica nesses lugares ricos. Paris e a França não são diferentes", aponta.

O diretor da Cufa França, Kayode Encarnação, e a diretora da Expo Favela, Karina Tavares, comemoram o sucesso do evento na capital francesa. "Estamos trazendo este ano três empreendedoras de favelas que estão começando a fazer negócios. Isso já é algo muito grande para o Brasil. Este ano, a Apex está trazendo uma parceria com a Cufa para levar 10 empreendedores ao World Summit, em Portugal, daqui a 15 dias", revela Tavares.

"No ano que vem, a Expo Favela em Paris será o ano do Brasil na França. Queremos trazer pelo menos 20 empreendedores para fazer negócios. Não é só para viajar, mas para realmente entender o ecossistema da Europa. Isso é um passo enorme", reitera.

"É a realização de um sonho. Eu venho do Rio de Janeiro, sou um dos jovens que foi ajudado pela Cufa no Brasil, e hoje estou aqui em Paris trabalhando. Eu falo que sou presidente, mas sou um membro da equipe, como todo mundo. Todos se ajudam, e estamos muito felizes e esperançosos com essa expo, que é uma forma de dar continuidade. É uma feira que fala por si só; a favela tem uma potência muito grande, e eu acredito que precisamos mostrar isso aqui também na França", conclui Kayandé Encarnação.

A Expo Favela Innovation fica em cartaz em Paris até 26 de outubro.

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Conhecida por sua cultura antidesperdício, a chef brasileira Alessandra Montagne, madrinha do evento em Paris, que deve pilotar em breve os fogões do restaurante do Louvre, falou sobre a Expo Favela. "Essa exposição é muito importante, porque no Brasil o que se chama favelas, que aqui são as banlieues, faz referência a essas pessoas que vivem em bairros que não são favorecidos, que estão longe de tudo", argumenta.

"Para você ter ideia, tem muitas empresas na França que não dão emprego porque o endereço no currículo da pessoa é longe, porque é um bairro perigoso, porque não sabe se a pessoa é ou não marginalizada", diz a chef brasileira, consagrada na França.

"A gente tem que mostrar que tem potências, que tem pessoas com potencial muito grande também nas favelas, nas banlieues, e isso pode ser na França, no Japão, no Brasil, em qualquer lugar do mundo. Existem bairros onde as pessoas são mais desfavorecidas, e essa exposição coloca isso em evidência", argumenta Montagne.

O senador Aloysio Nunes, chefe do escritório da Apex na Bélgica, também esteve presente na abertura do evento. "Uma das linhas prioritárias do trabalho da Apex é a promoção das pequenas e microempresas. Aliás, em grande parte, dirigidas por mulheres. Essas pequenas empresas compõem um tecido muito rico de matéria, de inovação, de diversidade. E a Apex apoia essas empresas, no sentido de buscar investimentos para elas, e colocá-las em contato com investidores. Este evento aqui em Paris é feito principalmente com esse objetivo", detalhou.

"Está havendo uma mudança no mundo inteiro, no Brasil, na França. Uma mudança no mundo do trabalho não é apenas o avanço da digitalização de todos os produtos, mas também da inteligência artificial. A globalização fragilizou muito o modo tradicional de se trabalhar, especialmente o trabalho assalariado", sublinha o ex-chanceler brasileiro.

"Surgiram novas formas que as pessoas encontraram para ganhar a vida, e essas pequenas empresas nas periferias são um exemplo nítido dessa reação a uma mudança que está ocorrendo. As periferias e as favelas eram reservatórios de mão de obra, com trabalho seriado de baixa qualificação. Hoje, são centros de criação, de luta, de inovação e, é claro, vivem em um ambiente de muita dificuldade, que é mais ou menos comum nas grandes cidades do mundo, tanto na França, em Paris, como em Londres, Nova Iorque, São Paulo e Rio de Janeiro", afirma Nunes.

O fundador da Cufa, Celso Athayde explicou a escolha de Paris para iniciar a internacionalização da Expo Favela. "Hoje, nós estamos em 51 países, e a Cufa já estava aqui com a Karina [Tavares], realizando também um trabalho. Quando começo a ver na televisão os conflitos e as reivindicações, sobretudo dos jovens da grande Paris, percebo que aquele cartão postal que sempre consumimos sobre a capital francesa não é somente aquilo que imaginamos. Começamos a ver que realmente existe uma série de pessoas inquietas e que ali há uma necessidade de evolução; do contrário, vamos entrar em um colapso mundial", sublinha Athayde.

Athayde também evocou a construção de oportunidades para essas populações. "Acho que, ao remover essa cortina e mostrar que Paris tem uma outra face que precisa ser vista, estamos, na verdade, dizendo que essa cortina precisa ser retirada do mundo inteiro. A ideia não é mostrar fragilidades, dificuldades ou carências de lugar nenhum, mas sim mostrar que, se existe riqueza, também existem pessoas nas periferias e favelas que vivem em desvantagem econômica nesses lugares ricos. Paris e a França não são diferentes", aponta.

O diretor da Cufa França, Kayode Encarnação, e a diretora da Expo Favela, Karina Tavares, comemoram o sucesso do evento na capital francesa. "Estamos trazendo este ano três empreendedoras de favelas que estão começando a fazer negócios. Isso já é algo muito grande para o Brasil. Este ano, a Apex está trazendo uma parceria com a Cufa para levar 10 empreendedores ao World Summit, em Portugal, daqui a 15 dias", revela Tavares.

"No ano que vem, a Expo Favela em Paris será o ano do Brasil na França. Queremos trazer pelo menos 20 empreendedores para fazer negócios. Não é só para viajar, mas para realmente entender o ecossistema da Europa. Isso é um passo enorme", reitera.

"É a realização de um sonho. Eu venho do Rio de Janeiro, sou um dos jovens que foi ajudado pela Cufa no Brasil, e hoje estou aqui em Paris trabalhando. Eu falo que sou presidente, mas sou um membro da equipe, como todo mundo. Todos se ajudam, e estamos muito felizes e esperançosos com essa expo, que é uma forma de dar continuidade. É uma feira que fala por si só; a favela tem uma potência muito grande, e eu acredito que precisamos mostrar isso aqui também na França", conclui Kayandé Encarnação.

A Expo Favela Innovation fica em cartaz em Paris até 26 de outubro.

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